Nesta sexta-feira (13), comemora-se o dia de Santa Luzia, santa conhecida popularmente como protetora da visão. Com o objetivo de aproveitar a data para alertar as pessoas sobre as doenças dos olhos, a oftalmologista Ângela Andrade Maestrini, diretora técnica do Hospital de Oftalmologia Oculare, detalha as doenças mais comuns que podem afetar a visão.

1. Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo são erros refrativos que afetam a maneira como a luz é focada na retina. Os sintomas são visão embaçada de perto (hipermetropia) ou de longe (miopia), dificuldade de focar (astigmatismo). O tratamento corretivo é feito com o uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa.

2. Presbiopia é a dificuldade em focar objetos próximos, relacionada ao envelhecimento. O principal sintoma é a necessidade de afastar objetos para ler. O tratamento é feito com o uso de óculos de leitura ou lentes progressivas.

3. Catarata é a opacificação do cristalino, mais comum em idosos. Os principais sintomas são visão turva, sensibilidade à luz e dificuldade para enxergar à noite. O tratamento é feito com cirurgia para substituição do cristalino por uma lente artificial.

4. Glaucoma é caracterizado por danos ao nervo óptico causados por pressão ocular elevada. Os sintomas são perda gradual da visão periférica, mas muitas vezes sem sintomas iniciais. O tratamento é realizado com colírios, outros medicamentos, laser ou cirurgia. É considerada uma doença grave já que pode levar à cegueira irreversível, começando com a perda da visão periférica.

5. Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, causada por vírus, bactérias ou alergias. Os principais sintomas são vermelhidão, coceira, secreção e lacrimejamento. O tratamento é feito com o uso de colírios ou medicamentos específicos dependendo da causa.

6. Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é uma doença que afeta a mácula, parte central da retina. Os sintomas são visão central distorcida ou mancha escura no campo visual. O tratamento é feito com terapias com laser, injeções intraoculares ou suplementos antioxidantes. É considerada uma doença grave, pode causar perda significativa da capacidade de leitura, direção e reconhecimento facial.

7. Síndrome do Olho Seco é a produção insuficiente de lágrimas ou má qualidade do filme lacrimal. Os sintomas são ardência, coceira, vermelhidão e sensação de areia nos olhos. O tratamento é feito com o uso de lágrimas artificiais, colírios anti-inflamatórios ou mudanças no ambiente.

8. Retinopatia Diabética é uma doença caracterizada por danos nos vasos sanguíneos da retina devido ao diabetes. Os principais sinais são a visão embaçada, manchas ou perda de visão. O tratamento é feito por meio do controle do diabetes, laser ou injeções intraoculares. É uma doença grave que pode progredir para descolamento de retina ou glaucoma, levando à cegueira.

9. Ceratocone é o afinamento e deformação progressiva da córnea. O principal sintoma é a visão embaçada e distorcida. O tratamento é feito com o uso de lentes especiais, implantes ou transplante de córnea em casos graves.

Prevenção

A médica destaca que, cuidar da saúde dos olhos é fundamental para preservar a visão ao longo da vida e faz algumas recomendações. “Fazer consultas regulares ao oftalmologista, pelo menos uma vez por ano, mesmo sem sintomas, para detecção precoce de problemas. É importante proteger os olhos da radiação usando óculos de sol com proteção UV para evitar danos causados pelo sol, como catarata e degeneração macular. Manter hábitos de vida saudáveis consumindo alimentos ricos em antioxidantes, como vitamina A encontrada na cenoura e abóbora, vitamina C encontrada na laranja e kiwi e, ômega-3 encontrado em peixes e sementes de linhaça), que ajudam a manter a saúde ocular. E, praticar exercícios físicos regularmente”, detalha.

Outras medidas preventivas também ajudam a evitar doenças oculares, de acordo com a especialista. “Evitar esfregar os olhos, o que pode causar irritações ou infecções, especialmente se as mãos estiverem sujas. Higienizar adequadamente as lentes de contato e lavar bem as mãos antes de manuseá-las para evitar infecções. Use luz adequada para leitura e telas Certifique-se de que a iluminação do ambiente é suficiente e ajuste o brilho das telas para evitar forçar a visão. Ter cuidado com maquiagem e produtos para os olhos é essencial. Evitar compartilhar maquiagem e substituir regularmente produtos para os olhos, além de remover a maquiagem dos olhos antes de dormir. É importante se informar sobre o histórico familiar de algumas doenças, como glaucoma, que têm predisposição genética. Esses cuidados ajudam a preservar a visão e evitar problemas oculares. Caso perceba sintomas como vermelhidão, visão turva ou desconforto, procure um oftalmologista imediatamente”, conclui a oftalmologista Ângela Andrade Maestrini, diretora técnica do Hospital de Oftalmologia Oculare.