Fonte: https://www.em.com.br/saude/2025/08/7229122-tecnologia-assistiva-ajuda-na-reabilitacao-de-pessoas-com-baixa-visao.html
Atualmente, quem convive com a baixa visão – também chamada de visão subnormal – conta com uma série de alternativas que podem transformar sua rotina. As tecnologias assistivas, aliadas a um acompanhamento especializado, têm sido fundamentais no processo de reabilitação, promovendo mais independência, qualidade de vida e inclusão social.
Ao contrário da cegueira, porém, ela consegue perceber formas, cores, luzes e movimentos. E essa visão residual, quando estimulada de forma adequada, pode representar uma importante ferramenta para a autonomia e a inclusão social.
Como a tecnologia pode ajudar?
“Existem, hoje, diversos dispositivos que ajudam as pessoas com baixa visão a desenvolverem habilidades para atividades do dia a dia. Além de oferecer esses recursos, o processo de reabilitação inclui treinamento, para que cada pessoa aprenda a utilizar essas ferramentas da melhor forma, de acordo com suas necessidades”, explica Rosana Marques, psicopedagoga do OCULARE – Hospital de Oftalmologia.
Entre os principais recursos estão:
- Lupas eletrônicas
- Telescópios portáteis
- Lentes prismáticas
- Filtros especiais para controle de luminosidade
- Aplicativos que ampliam textos, convertem imagens em voz e facilitam a navegação em ambientes digitais
Esses dispositivos são fundamentais para tarefas como ler, escrever, usar o celular, assistir televisão ou acompanhar conteúdos escolares.
Assistência para o dia a dia
Para que esse potencial visual seja realmente aproveitado, é fundamental um acompanhamento estruturado, com atuação conjunta de profissionais da saúde e da educação. Este trabalho começa com uma avaliação clínica, que identifica o tipo e o grau da deficiência visual, seguida de uma análise pedagógica que direciona quais tecnologias são mais indicadas. “Cada dispositivo é testado na prática, e o paciente recebe treinamento em sessões que simulam situações do cotidiano. Isso garante que os auxílios escolhidos realmente façam sentido para sua vida”, destaca Rosana.
Com as crianças, esse trabalho é adaptado com jogos, materiais lúdicos e símbolos visuais, especialmente quando ainda não são alfabetizadas. Na fase escolar, o treinamento inclui, por exemplo, o uso de telescópios manuais para leitura da lousa e recursos digitais para acompanhamento das atividades em sala de aula.
Menos capacitismo e mais incentivo
Além do domínio das tecnologias, o processo de reabilitação visual inclui orientação às famílias e às escolas, prevenindo que as dificuldades visuais sejam confundidas com limitações cognitivas. “É essencial que pais e professores compreendam que, com os apoios corretos, essas crianças podem e devem ser estimuladas à autonomia. A superproteção pode, muitas vezes, ser uma barreira maior que a própria limitação visual”, alerta a psicopedagoga.
“Mais do que adaptar o olhar, a reabilitação visual possibilita inclusão e resgata a confiança de quem convive com a baixa visão. Mas é importante lembrar que esse processo também exige persistência, vontade e esforço do próprio paciente para se adaptar aos auxílios disponíveis”, ressalta Rosana.